De boteco em boteco

Estou tentando caminhar

Sem saber por onde começar

Nem onde essa estrada me levará

Nem sei o que procuro

Mas quero achar

Sofro de um mau chamado solidão

Que mesmo em meio a multidão

Me corrói,me destrói

De boteco em boteco

Entre um gole e outro

As vezes num piscar de

olhos encontro quem me cure essa solidão ( mesmo que momentânea)

Quando não se tem oportunidades

Eu crio

Quando não Talvez se entre uma semana e outra

A saudade aparecer

Eu a mato

E quando meu desejo surgir

Eu o sacio

De boteco em boteco

Entre um gole e outro

Costumo ouvir que não é vida pra mim

Mas fazer o que se sou assim?

Não quero essa mesmice pra mim

Gosto de fugir do padrão

Quebrar regras

Superar metas

Não quero e não gosto de fazer o que os outros fazem

Por que é tudo muito normal

Gosto de viver louca assim

Isso sim é vida pra mim

De boteco em boteco

Entre um gole e outro

Volto ao meu passado mais recente

Onde eu queria caminhar,seguir em frente

Mas pra onde ir?

Meu lugar é aqui

E se mesmo assim de mim falarem

Não ligarei

Pois tudo que faço,eu sei

Que se eu errar,foi eu que procurei

Mas me deixe tomar mais um copo

E chegar em casa e adormecer

Um dia a solidão cessa ao amanhecer

Me deixem viver assim

Ninguém espera nada mesmo de mim

Quando eu quiser para eu paro

E pego um atalho

Essa estrada é muito longa e dolorosa

E essa solidão é peso em minhas costas

Por enquanto só quero um boneco pra beber

E enquanto a coragem não aparecer

Me de mais um gole

Pra eu chegar em casa

E adormecer

( Beatriz Amancio)